sexta-feira, 17 de julho de 2020

o abismo das eleições 2020

A ESQUERDA CAMINHA PARA O PRECIPÍCIO


Ricardo Cappelli


“Quando você olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você”. Nietzsche


Faltando poucos meses para as eleições municipais, o cenário é desolador para o campo progressista. 


É absolutamente realista considerar a hipótese de que PT, PDT, PSB, PCdoB e PSOL não elejam nenhum prefeito nas capitais. É possivel vitórias em apenas duas ou três. Será motivo de grande comemoração.


No Sudeste, a esquerda pode não ir sequer ao segundo turno. No Sul, a única chance está em Porto Alegre. No Centro-Oeste, só uma “zebra”. No Norte, parece que só Belém ainda “respira”. No Nordeste, personagens de centro-direita ou bolsonaristas lideram as pesquisas em boa parte das capitais.


Perdida, dividida e envolvida numa guerra sangrenta pela hegemonia do campo, a esquerda parece não ter compreendido – ou se recusa a aceitar – o recado das urnas em 2018. 


O eixo da política nacional foi empurrado para a extrema-direita, alterando o posicionamento de todas as peças no tabuleiro. De lá pra cá, o cenário mudou pouco.


Bolsonaro perdeu parte da classe média com sua postura diante da pandemia, mas tudo indica que trocou de base através do auxílio emergencial. Se vai durar ou não, ainda é uma incógnita.


Já passamos de 70 mil óbitos, alguém mais o deixará em função das mortes? A classe média que abandonou o barco vai pra onde? Marcha com Moro ou volta para os “vermelhos”?


Claro que o desempenho da economia sempre pode desestabilizar o governo. Neste setor, os resultados de 2021 e 2022 serão piores ou melhores do que o desastre de 2020?


O capitão está reorganizando o seu governo. Trocou seus líderes na Câmara. Avançou no acordo com o Centrão. Está tentando estabilizar sua relação com o STF. Conseguiu calar por 20 dias seu principal opositor: ele mesmo. Arrefeceu a agenda ideológica e deu novamente centralidade à pauta econômica. 


Não existe oposição com uma estratégia definida. Ainda estamos na fase de acordos pontuais em torno de questões específicas, importantes, mas insuficientes.


Com o risco de impeachment cada vez mais distante, quem será o principal adversário do capitão em 2022? A oposição liberal seguirá dividida entre Moro, Doria, Huck, Mandetta e outros? A convergência destes atores pode colocá-los no segundo turno contra o presidente? 


A ressaca das eleições municipais será dura e educativa. Só uma reviravolta improvável, com a unificação das candidaturas progressistas, poderia mudar este quadro. 


Tragédias têm o poder de provocar profundas reflexões. Costumam promover mudanças drásticas nas formas de ver e compreender o mundo. 


Pelo amor ou pela dor, sua excelência, a realidade, sempre acaba se impondo. Nestas horas, nada fala mais alto que o instinto de sobrevivência. Ele vai gritar em 2021.


Comentarios 

de, Joaniro Amancio Pereira.


Acho que estas eleições serão decididas voto a voto, pq é a primeira eleição sem coligação, os partidos grandes nunca lançaram Chapa pura, e fica a pergunta é bom ganhar prefeituras depois do estrago feito pelo corona vírus? Nas eleições passadas todos acharam que o PT acabaria ou na melhor das hipóteses para os petistas diminuiria pela metade, e o que aconteceu o estrago a diminuição foi para o PSDB, como tenho aprendido nas aulas, onde meus professores, (Dilma, Manuela, Jean, Lindenberg, Mercadante), entre outros mostram que Bolsonaro Trump e outros se aproveitaram criaram uma estratégia e chegaram onde estão e eles mostram nas aulas como devemos combater está estratégia, e analisando o texto e as aulas, estamos muito bem, porque dependemos única e exclusivamente do nosso trabalho de empenharmos, de nos unirmos mesmo separados (Esquerda). Pois a direita também está brigando entre si. Então o que vejo é que todos estamos na beira do precipício, esquerda, direita, extrema direita etc. Alguns cairão outros serão jogados, outros pularam no precipício. Precisamos de: estratégia, empenho, trabalho, união, trabalho. Um ponto forte nisso é não cair na armadilha, o que a direita quer hoje? Ser atacada agredida, e caímos nessa armadilha algumas vezes, mas eles sentiram que já percebemos a armadilha. ( Quando Bolsonaro saiu às ruas de Brasília esperando pela nossa agressão e isso não aconteceu, voltou correndo pra alvorada, quando em vez de agredir gritamos" vai trabalhar vagabundo" em pleno horário de expediente e a pandemia 69mil mortos o malandro indo passear fazer campanha nas ruas comendo pastelzinho. O foco agora é fortalecer nossas bases dar inverter a pirâmide, (pirâmide, povo/eleitor, filiados, membros dos DZ, diretoria dos DZ, Diretorio municipal, Diretório Estadual, Diretório nacional, Legislativo Vereadores/deputados, senadores, executivo prefeitos/governadores.) Temos que dar munição para a base desta pirâmide invertendo ela, pois é do povo eleitor que precisamos, a pandemia está mostrando são enfermeiros e auxiliar técnico que combatem este mal covid 19, então se fizermos isso com toda certeza estaremos nos afastando do abismo, e jogando a direita e vendo eles pularem nele. Agora isso é o que eu vejo o que eu acho o que eu penso. Quem sabe o que acha e como pensa nossos líderes? Quem pensar em si e nos seus como Bolsonaro precisa de uma senhora estratégia pra sobreviver. #MorteAosPoliticosCorruptosDoBrasil #QueCoisaNão #ÉissoFaleiFoiDitoEstaFalado. Joaniro Amancio Pereira (Amancio) conselheiro participativo Perus anhanguera, integrante e coordenador do GRUPO POVO DE LUTAS Representante da vila inacio e jardim do russo.

domingo, 12 de julho de 2020

Bolsonaro e a covid

A gripezinha do capitão (Por Maria Helena) 

Depois de anunciar a um grupelho (convidado) de jornalistas que seu teste para a Covid-19 dera positivo, o capitão, sorridente, tirou a máscara para que os profissionais da Imprensa pudessem ver como ele estava bem. Verdade, estava com ótimo aspecto, a gripezinha não estava minando suas forças.

Como bom garoto propaganda da cloroquina, mais tarde ele comunicou numa live que já estava na terceira dose do santo remédio que ele, como ex-capitão do Exército que fabrica a droga, receita para a cura da gripezinha que os assustados brasileiros, segundo ele, coitados, confundem com a praga medonha que vem matando pelo mundo afora.

Ele ainda termina sua propaganda da cloroquina perguntando a quem o assiste na TV: “Eu acredito na cloroquina. E você?”.

Pessoas polidas respondem às perguntas que lhe são feitas. Sou polida e respondo: “Não, eu não acredito”.

Da cloroquina sei que é um remédio que deve ser receitado e acompanhado por médicos formados em Medicina e não em artes marciais; sei que é um remédio que funciona contra a malária; sei que não é indicada para o vírus da Covid-19; sei que pode provocar danos colaterais sérios no músculo cardíaco provocando arritmias que podem ser fatais. É o que sei como leiga em medicina, mas é o que basta para não querer tomá-la quando chegar a minha vez de pegar a tal gripezinha.

Desconfio que o que eu sei é o mesmo que Bolsonaro sabe, mas suponho que ele, como Chefe Supremo das Forças Armadas, fabricante aqui no Brasil da bendita cloroquina, achou melhor não falar tudo que sabe. Falar não falou. Mas revelou que tem feito eletrocardiogramas duas vezes por dia para avaliar as condições de seu coração desde que começou a tomar a cloroquina. Como nunca nos foi dito que o capitão tem problemas cardíacos, concluo que ele examina seu coração com medo dos efeitos da cloroquina.

E agora quem pergunta sou eu: será que o capitão sabe que a quase totalidade dos brasileiros não tem médicos à sua disposição a qualquer hora, que não tem aparelhos para eletrocardiogramas no quarto ao lado, que não tem enfermagem competente dia e noite? Como ele parece viver no Mundo de Oz, vai ver não sabe.

O capitão, segundo o que sei, está muito bem e sua gripezinha veio de forma branda. Ainda bem que não pegou o tal do coronavirus, não é? Seria uma catástrofe pois ele, teimoso como é , e leal ao Exército, com certeza ia insistir na sua droga preferida. E aí...

Aí só Deus sabe o que viria a seguir...

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa é professora e tradutora, escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005.